21 janeiro 2007
Emily Dickinson

Beleza e Verdade
Morri pela beleza, mas apenas estava
Acomodada em meu túmulo,
Alguém que morrera pela verdade,
Era depositado no carneiro próximo.
Perguntou-me baixinho o que me matara.
– A beleza, respondi.
– A mim, a verdade, – é a mesma coisa,
Somos irmãos.
E assim, como parentes que uma noite se encontram,
Conversamos de jazigo a jazigo
Até que o musgo alcançou os nossos lábios
E cobriu os nossos nomes.
Morri pela beleza, mas apenas estava
Acomodada em meu túmulo,
Alguém que morrera pela verdade,
Era depositado no carneiro próximo.
Perguntou-me baixinho o que me matara.
– A beleza, respondi.
– A mim, a verdade, – é a mesma coisa,
Somos irmãos.
E assim, como parentes que uma noite se encontram,
Conversamos de jazigo a jazigo
Até que o musgo alcançou os nossos lábios
E cobriu os nossos nomes.
11 janeiro 2007
Ana Cristina Souto

Lenda Oceânica
Em mim o teu coração.
E fui tolhida.
Passei por vendavais e tufões
dunas e marolas
e na derradeira
chorei. Em vão!
Quis espumar-te a lembrança
quis desenhar-te na areia
Por que?
Se eras tu que instigava
os meus desafios
e me transportavas à perdição.
Recordo a chuva a cair.
Um choro... Um lamento...
Relicário de mágoas.
Lanço lágrimas ao mar
como o sal da sua pedra;
pia batismal.
Ímpetos de ter-te;
Quando a chuva cai, leve, levemente.
Vai Chuva! Leva essa dor, harpejos e desejos!
Mas seja condescendente,
não me leve o amor embora!
Sem ele, secam-me as lágrimas.
Sem elas, sou seca de vida.
Sou ânsia de um cais.
Porto da tua embarcação
Mergulhado no sonho.
Guiar-te-ei a mim
Pelo canto da sereia...
Lenda do boto...
Mergulhemos sob a onda branca e fria.
Quem sabe? O destino e o fim;
Em mim o teu coração.
E fui tolhida.
Passei por vendavais e tufões
dunas e marolas
e na derradeira
chorei. Em vão!
Quis espumar-te a lembrança
quis desenhar-te na areia
Por que?
Se eras tu que instigava
os meus desafios
e me transportavas à perdição.
Recordo a chuva a cair.
Um choro... Um lamento...
Relicário de mágoas.
Lanço lágrimas ao mar
como o sal da sua pedra;
pia batismal.
Ímpetos de ter-te;
Quando a chuva cai, leve, levemente.
Vai Chuva! Leva essa dor, harpejos e desejos!
Mas seja condescendente,
não me leve o amor embora!
Sem ele, secam-me as lágrimas.
Sem elas, sou seca de vida.
Sou ânsia de um cais.
Porto da tua embarcação
Mergulhado no sonho.
Guiar-te-ei a mim
Pelo canto da sereia...
Lenda do boto...
Mergulhemos sob a onda branca e fria.
Quem sabe? O destino e o fim;
Em nossos corpos de mares
em nossas seivas de algas
a morrer ou a viver de amor!
Sem morte que nos separe.
em nossas seivas de algas
a morrer ou a viver de amor!
Sem morte que nos separe.