01 dezembro 2006

Ana Cristina Souto














Naufrágio lunar


Sonhar às vezes, me faz bem.

Sonho e escrevo sob as estrelas

Cintilam-me as idéias;

- Quase singelas/

Quase afãs.


São faróis nos meus desatinos mais lúcidos.

Às vezes, têm um brilho incandescente

A retalhar-me o íntimo.

Outras, são minha luz no fim do túnel.

Algumas nada mais que o brilho de vaga-lumes


Não desejei amar os astros,

mas amei você!

Grande quimera!

Meus sonhos não te trazem a mim.

Eles me afastam de todos os planos.


Mas de certo, posso dizer:

- Ser estrela cadente no meu mundo terreno

Me traz a sorte de ter feito um pedido

e ter a nítida sensação de que ele foi atendido;

Se em vão,
eu não sei!
Mas me trouxe de volta a fortaleza
- de sinalizar outras naus.