04 dezembro 2006

Ana Cristina Souto

Mistérios da Alma

Só serei tua numa condição:
Que sejas tua eterna amada!
Teu olhar só exilarás o meu
e nos momentos de crise conjugal
sejamos cúmplices de nossos espasmos.

Se por ventura, tu desejares entender a minha alma
lamentarei tudo que vivemos,
pois alma de mulher é - i n d e c i f r á v e l -
Sendo assim, para ti,
serei apenas um disfarce.

Não percamos a pureza infantil!
Não divaguemos o que seria impreciso.
Nos embriagaremos de absinto;
e me unificarei ao teu universo paralelo
como imperatriz do teu Amor.

Apenas aconchegue-me em teus braços;
minha morada,
espaço que farei minhas queixas;
é sempre neles que preciso estar
nos meus momentos de dor ou ternura.

Não importa o meu passado!
Importa apenas o momento presente.
Os tropeços dos meus caminhos
perderam-se nas areias duma ampulheta
- Há tempos rasguei as horas (in)vividas.

Meu amor! Não procure me entender.
Tenho TPM!Tomo ansiolíticos para dormir;
falo pelos cotovelos e ainda por cima,
não sei fazer café.

Para não termos tais conflitos extremos,
ame-me com todas as ilusões incalculáveis.
Olha-me e sinta-se mais perto da vida.
pois te amarei perdidamente
e te erguerei um pedestal colossal.

Não será em qualquer cama que nosso amor despojará...
Serão em lugares etéreos
que consumaremos nossa comunhão carnal
e te depravarei com meus enigmas de fêmea.

Vamos ficar mesmo nas entrelinhas de vãos pensamentos.
Não queiras saber de mim, que farei o mesmo por ti.
Apenas cubra-me com lençóis brancos
- desses guardados em baús de fantasmas -
e sigamos avante
com nossos amargos ou doces mistérios.