Ana Cristina Souto

Saudade
Não é a ausência dos ausentes
É a agonia de um suspiro doloroso.
É o torpor de trevas amortalhadas.
É um espectro que cavalga descontente;
aspirando o pó do caminho nebuloso,
num vago tropel de cortejo solitário,
Jaz em companhia ao seu cavalo de tróia;
tenta invadir o coração inusitadamente
e depois compreende o mal de ser serpente.
Escapar à vida,
quem da morte jamais voltou;
parece ter dentro de si, o inferno encarcerado.
Reprise de sombra e escuridão;
- cálice amargo de fel centrifugado.
- saudade é quase lepra e maldição!
Não me pergunte uma única vez o que é saudade;
jamais saberei responder a contento.
Será um horrível suplício?
Ou um castigo trazido do Olimpo
sob a ira de Zeus por desacatá-lo?
Ah incógnita maldita!
Ainda que eu traga no peito
a dor descomedida desse indecifrável enigma
só posso adiantar que nenhum punhal
é capaz de ferir nossa alma
assim,
- tão feroz e lentamente -
Apoteose única de dor;
formando crateras abismais
tocando a sinfonia da morte
convocando os soldados sepultados
que nos deixa à vigília dos fantasmas
e à espreita dos abutres.
Não é a ausência dos ausentes
É a agonia de um suspiro doloroso.
É o torpor de trevas amortalhadas.
É um espectro que cavalga descontente;
aspirando o pó do caminho nebuloso,
num vago tropel de cortejo solitário,
Jaz em companhia ao seu cavalo de tróia;
tenta invadir o coração inusitadamente
e depois compreende o mal de ser serpente.
Escapar à vida,
quem da morte jamais voltou;
parece ter dentro de si, o inferno encarcerado.
Reprise de sombra e escuridão;
- cálice amargo de fel centrifugado.
- saudade é quase lepra e maldição!
Não me pergunte uma única vez o que é saudade;
jamais saberei responder a contento.
Será um horrível suplício?
Ou um castigo trazido do Olimpo
sob a ira de Zeus por desacatá-lo?
Ah incógnita maldita!
Ainda que eu traga no peito
a dor descomedida desse indecifrável enigma
só posso adiantar que nenhum punhal
é capaz de ferir nossa alma
assim,
- tão feroz e lentamente -
Apoteose única de dor;
formando crateras abismais
tocando a sinfonia da morte
convocando os soldados sepultados
que nos deixa à vigília dos fantasmas
e à espreita dos abutres.
7 Comments:
Ana, você sabe como eu curto poesia... as suas me entorpecem, me transportam...Esta eu já conhecia e adorei!
Obrigada Agnes. Vindo de você, sei que é sincero.
Bjs
"Finjo ser" é lancinante!!! Suas palavras jorram com força e ao mesmo tempo com sutileza feminia. Adorei a composição!
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Agnes
Vc é sempre um amor. Obrigada
muito bom esse poema!a dor da saudade
é ferida sem fim!vc retratou com
maestria!Parabéns.
Calaça
obrigada Bento
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