Charles Baudelaire

O Espectro
Como espectro agoureiro, hei de, escondido,
Entrar na tua alcova silenciosa,
Deslizando sinistro, sem ruído,
Com as sombras da noite pavorosa.
E a tua branca espádua hei de afagar,
Como a serpente a pedra de um sepulcro,
E hei de imprimir-te ao corpo esbelto e pulcro
Os meus beijos, mais frios que o luar.
Ao repontar a lívida alvorada,
Encontrarás o meu lugar vazio,
E hás de senti-lo abandonado e frio,
Até surgir a noite, ó minha amada.
Sôbre a tua atraente formosura,
E a tua bela mocidade em flor,
Como os outros, mulher, pela ternura,
Eu quero dominar pelo terror!
Como espectro agoureiro, hei de, escondido,
Entrar na tua alcova silenciosa,
Deslizando sinistro, sem ruído,
Com as sombras da noite pavorosa.
E a tua branca espádua hei de afagar,
Como a serpente a pedra de um sepulcro,
E hei de imprimir-te ao corpo esbelto e pulcro
Os meus beijos, mais frios que o luar.
Ao repontar a lívida alvorada,
Encontrarás o meu lugar vazio,
E hás de senti-lo abandonado e frio,
Até surgir a noite, ó minha amada.
Sôbre a tua atraente formosura,
E a tua bela mocidade em flor,
Como os outros, mulher, pela ternura,
Eu quero dominar pelo terror!
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